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Na era da supermedicação e da negação do sofrimento, a gente deveria sempre se lembrar que A erva cura,O aroma cura, A massagem cura, O humor cura, O amor cura, A fres cura, A brancura, E, principalmente, a lou cura!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Despedida
Por mim, e por vós,
e por mais aquilo que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo: quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras? Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte. Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra. (Beijo-te, corpo meu, todo desilusão! Estandarte triste de uma estranha guerra...)
Quero solidão.

sábado, 15 de agosto de 2009

A Vida Verdadeira

Pois aqui está a minha vida.
Pronta para ser usada.
Vida que não guardanem se esquiva, assustada.
Vida sempre a serviçoda vida.
Para servir ao que valea pena e o preço do
amor
Ainda que o gesto me doa,não encolho a mão:
avançolevando um ramo de sol.
Mesmo enrolada de pó,dentro da noite mais fria,a vida que vai comigo é fogo:está sempre acesa.
Vem da terra dos barrancoso jeito doce e violentoda minha vida:
esse gosto da água negra
transparente.
A vida vai no meu peito,
mas é quem vai me levando:tição ardente velando,
girassol na escuridão.
Carrego um grito que cresce
Cada vez mais na garganta,
cravando seu travo triste na verdade do meu canto.
Canto molhado e barrento de menino do Amazonas
que viu a vida crescer nos centro da terra firme.
Que sabe a vinda da chuva pelo estremecer dos verde
se sabe ler os recados que chegam na asa do vento.
Mas sabe também o
tempo da febre e o gosto da fome.
Nas águas da minha infância
perdi o medo entre os rebojos.
Por isso avanço cantandoEstou no centro do rio
estou no meio da praça.
Piso firme no meu chão
sei que estou no meu lugar,
como a panela no fogo e a estrela na escuridão.
O que passou não conta ?, indagarão as bocas desprovidas.
Não deixa de valer nunca.
que passou ensinacom sua garra e seu mel.
Por isso é que agora vou assimno meu caminho.
Publicamente andandoNão, não tenho caminho novo.
O que tenho de novo é o jeito de caminhar.
Aprendi o que o caminho me ensinou-a caminhar cantando como convém a mim e aos vão comigo.
Pois já não vou mais sozinho.
Aqui tenho a minha vida:
feita à imagem do menino que continua varando os campos gerais
e que reparte o seu canto como o seu avô repartia o cacau
e fazia da colheita uma ilha do bom socorro.
Feita à imagem do menino mas a semelhança do homem:
com tudo que ele tem de primavera de valente esperança e rebeldia.
Vida, casa encantada,onde eu moro e mora em mim,
te quero assim verdadeira cheirando a manga e jasmim.
Que me sejas deslumbrada
como
ternura de moça rolando sobre o capim.
Vida, toalha limpa
vida posta na mesa,
vida brasa vigilante vida
pedra e espuma alçapão de amapolas,
sol dentro do mar,estrume e rosa do amor:a vida.
Há que merecê-la.
Autor: Thiago de Mello